Outro Tempo

Porque às vezes mais não é suficiente

quinta-feira, dezembro 13, 2007

 
50º.
.
Sendo hoje quinta, dia rural por excelência, e por estar farto de mim, decido, na brusquidão do borralho e do Rock and Roll ( and I like it ) emergir do meu auto-retiro, e postar ao estilo clássico. Ando calado de um silêncio escrito ( ou não ), por motivos que não entendo, nem pesquiso. Cortei ou cederam, as amarras do meu bote, e fui na corrente do sem remo, no caminho enlameado, sem leme.

Motivos tenho todos e nenhum o motivo é um sobretudo. Apenas desliguei de um habitual que se tornou impossível, vácuo. Agir num sentido e com um sentido é privilégio de poucos, e raramente. O normal é o disperso o polipolar. O normal é a cabeça solta e um desejo largo. Normal sou eu e todos os que me apoiarem. Com lealdades ternas ou outras. Com a firmeza do discurso e a clareza de intenções. A política do eu é forçosamente autocrática, já dizia Hümelaüt em pleno séc. VII enquanto bebia cerveja à sombra do Castelschloss. Alles ist weg.

Interlúdio Romântico

Alicerce

A rigorosa linha traçada pela rigorosa mão
A desenhada letra traçada pela desenhada mão
Bloco

Arquitectura de sílaba
Tonalidades de cor
Tijolo

Viga
Métrica medida marcialmente
Ritmo adquirido pedagogicamente

Trave
Abecedários antigos
Letras novas
Léxicos frescos
Palavras vivas

Abóbada
Verso verso verso
Intricadas estrofes

Edifício vocábulo
Prédio voz
Alicerce

Pináculo oco de catedral vã
Ido aos céus
Em planta

Grito mudo o grito de quem cortaram a língua
E penso basilar a projecção do eu
E penso a minha sombra
E grito o gesto de quem queria ida a luz

Fundação oculta
Solar de chão
Térrea de ar

N. Kinsky

Viva viva é de cá de cá donde. Português sim sou de cá porquê? Porque não parece não tem pinta de ser. E tenho pinta de quê? De nada em particular quer dizer tem pinta, muita pinta, mas não é pinta de cá, tem pinta de Norte e viagem, de outra maneira de olhar e dizer. Em que país me pintava em nenhum por isso é que perguntei não lhe nacionalizei a pinta, tem ar apenas…de estrangeiro.

Então sou um Camus para si como é que se chamava o Estrangeiro não sei acho que ninguém sabe será que tinha nome? Nome tinha mas não ficou, ficou só o título e a candura magrebina vamos fazer assim tenho um lá em casa dê-me o número e eu ligo-lhe a dizer como me chamo como te chamas? Eu ou a minha pinta? Gatopardo, pode ficar gatopardo que já não é Camus mas levou uma vida a criar e olha o Mediterrâneo com olhos mais de Norte.

Vamos já a tua casa que tenho pressa na dúvida quero um nome que não seja outro, um nome mais, e menos Estrangeiro. A minha casa não é aqui, é quinhentos quilómetros a Norte. Então é na minha também tenho lá um e uma biblioteca inteira para mandarmos um ao outro se nos restarem as garras e as vontades felinas. Esse era de quem? Não sei mas era de panteras e garras e de mulheres de muitos e variados apetites. Tens fome?

Fim D’hoje

Lembram-se de antes de haver rede? Tenho andado por lá. Também desisti da televisão, mas ela mete-se na vida das pessoas pelas frinchas, no vento e nos retrovisores dos carros. Eu sou frio. Dou-me pouco. Paradoxalmente recebo muito. A melhor maneira de parecer inteligente é ficar calado muito tempo, dizia Marilyn. A mim, apeteceu-me falar outra vez. É bom.

Adenda

Rolling Stones, somewere in Central Park, N.Y. ( hó yé ) Década de setenta p.p.

Adenda 2

Hümelaüt, Augustin, Cozinheiro Epicurista e Fatalista

Adenda 3

E não é que ele não tem mesmo nome?

quarta-feira, dezembro 05, 2007

 

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