Outro Tempo

Porque às vezes mais não é suficiente

segunda-feira, abril 23, 2007

 
22º.
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O tempo é a distância. O tempo é a duração. O tempo é o tamanho da espera. O tempo é a nuvem no céu, a neve na serra, o sol no pinhal, a neblina da esperança. O tempo é de quem o faz. O tempo são nove meses, mais o voo de pássaro do espermatozóide. Mais tempo para quê, pergunto. Para poder ver outro tempo, respondo. Outro tempo para quê, replico. Para poder ter mais tempo, complico. Tempo de ser tempo para ser tempo para ver ouvir amar. Tempo para mudar o Mundo? Tempo para amar-te a ti? E se te falta o tempo, e se te passou o tempo, e se o teu tempo não é teu? Amo-me a mim e à tua imagem nos meus olhos, se tiver tempo. E se o Mundo não quiser? Dámos-lhe tempo. E se já não houver tempo? Paramos, esperamos, e aguardamos melhor hora. Agora!
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Na métrica redonda do relógio lá de casa, cabem doze casas em números romanos, e trinta e um dias em números dos outros. Só que o quatro vem escrito IIII. É americano, dos fins do Séc XIX, tem mostrador redondo e a caixa de madeira, coberta por uma patine de gordura épica ( era o relógio da cozinha ) que eu recuso limpar, é um octágono, cuja face inferior termina na caixa rectangular do pêndulo, cuja face inferior é um triângulo. Tem ainda três ponteiros, sendo o dos dias finíssimo e terminado por um quarto decrescente . É bonito, mas barulhento. Quando funcionava ( ainda funciona, mas eu tenho-o parado ) ouvia-se na casa toda. Mais antigamente badalava as horas, os quartos e as meias, a meias com o sino da capela. Tenho impressão que foi aí que comecei a gostar de metais. Blong!
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Time
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Tempo é tempo
Tempo é hora
Não lamento
O ir embora
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Tempo passa
Tempo corre
Tempo é massa
Tijolo torre
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Fabrico em ti a letra
Durmo por ti a noite
O murmúrio de poeta
O coração que não sente
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Entremeado por ti
Ensarilha-se o mundo
És o quanto vi
Mar em que me afundo
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Tempo é tempo
Tempo passa
Não lamento
Tempo é massa
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Interlúdio Romântico
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Abril
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Um Abril de águas mil entrou em correntezas; e eu, numa segunda-feira de calor ainda anormal desapareci sob o peso de uma mágoa estranha, como se alguém me tivesse ofendido e eu não tivesse ouvido bem, mas o som, mais que o teor, me moesse, me picasse, me transformasse em amorfa criatura, só com desejos de casa e janelas trancadas. Espaireci, comme d’habitude; estes moods de mi alma são como carrossel, quando estamos no melhor da volta param, e é tempo de descer e entregar mais uma ficha. Não me dá a minha natureza tempo de me habituar a mim mesmo. Homem de voltinhas, hoje aqui assim, amanhã ali assado, monótona vida que me não fixa sequer o temperamento. Do céu de um cinzento muito claro caí uma chuva miudinha e continua, a que o vento vai variando o grau de inclinação; eu, eu vou esperando que algo não mude.
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Fim D'hoje
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É, está escrito, homem de voltinhas. Este é do ano passado ( faz tempo ) e este ano foi a mesma coisa. O bom de ter registos é que se poupa a criatividade, e aprende-se a gerir a própria memória. Onde antes guardava a percepção, guardo agora a expressão. O perigo é quando tomamos os registos por medidores de padrão, e queremos prever o dia de amanhã. O padrão, senhores, não aponta caminho, indica estada. E estada implica estrada já precorrida.
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Assim, podemos ter todo o passado numa caixa, e mesmo assim não sabemos nada do hoje, quanto mais do amanhã. Vem isto a propósito dos vendedores de catástrofes que andam por aí a pular, a rugir e a esganar a esperança. Nada nos diz que o futuro vai ser mau. Aliás, se olharmos para a História dos últimas 500 anos, só vemos melhoras. A crença nos Apocalipses é, para mim, sinónimo de nanismo de espirito. Carpe Diem. E senhores, temei as criancinhas. Elas vão ser mais felizes que Vocês.
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Adenda
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Sendo adquirido que vimos da água, porquê, Meu Deus, tem esta gente tanto medo dela?
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Al O. Verclean, Higienista, séc. XIX
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Adenda 2
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Se a solidão é mensurável, quem é que está a segurar a outra ponta da fita métrica?

quinta-feira, abril 19, 2007

 
21º.
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O esteta contempla a cena sem precisar de palco. Basta o mundo. O tecto o céu o texto a fala o mio o pio o vento a ventar sinfonias o sol a pintar obras primas. Basta o mundo. Abro a porta que não tenho janelas neste meu armazém, só portas grandes vermelhas com uma porta central são duas as portas do meu armazém, sem a que dá para as escadas e sem a que dá para o quintal que é a que abro agora. O verde fresco das trepadeiras, a madressilva já vai dar flor esta semana e o ar vai encher-se de açúcar, e lembro quando chupávamos as flores, nós e as abelhas na comunhão dos néctares.
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Faz uma tarde como faz a Primavera.
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As andorinhas vão voltar a não fazer ninho no meu beiral e eu guardo-lhes um bocadinho de rancor, mas que se há de fazer, devem ter melhor sítio. Só as pombas, que se enamoraram da minha caleira, continuam a ter de ser espantadas, de mansinho, porque começam a arrulhar às seis e meia da manhã mesmo por cima da minha cama, e a natureza é bonita mas não exageremos. E depois são porcas, as desgraçadas. Os melros esquivos tem, dá-me impressão, com cada Primavera mais confiança em mim, mas a distância segura, metro e meio se tanto, e depois voam com enormes pios. São os meus preferidos, mas não por causa do Junqueiro. É mesmo por causa do bico.
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Só vim aqui porque tenho de picar o ponto. Os blogs, afinal de contas, são família, e é suposto telefonar de vez em quando para ver se estão bem, se a vida corre, se não partiram nada e se os putos crescem. Mas não me apetece escrever, estes dias sugam-me, tiram-me a tinta da veia, a ideia da alma.
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Interlúdio Romântico
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Homem Nau em Própria Cuna
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Pela cabeça tratado
Como de cãibra ou ferida
Cuidadoso, medicado
Sigo indo pela vida
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Doente de minha mais alta
Parte, orgulho magoado
Não, a mim não me faz falta
O esquecido e o perdido
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Agora é grito que lanço
Como pedra a cão vadio
Já, hoje, sem balanço
Salto sem mirar vazio
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Deixo p’ra trás o talvez
Curvo a recta, invento a vez
De ser eu em próprio espaço
De ser eu o meu abraço
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Solto enfim do cais errante
Navego no meu destino
Tradição, o qu’era ante
Mim perdi, e está perdido
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Vou enfim voo
A asa da gaivota nómada
Sem ter terra nem ilhota
Voo por fim vou
.
Mais, só quero luz e ar
Mais, só navegar
A jangada imaterial
O vazio temporal
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Zero afinal é nada
E do zero não parti
Anda, anda, onda amada
De ti eu nunca fugi
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Do algarismo ao número
Vou fundar nova colónia
Enche-la com mi memória
Prenche-la com meu húmus
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Estou farto da lição técnica
Que a experiência me ensinou
Vou apalpar os futuros
Com mão de quem nunca amou
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Basta, basta, basta
Findou o antigo eu
De tudo o que dele resta
Vou construir o que é meu
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Tornear-me-ei tronco virgem
Em volutas de mão minha
Serei a táctica selvagem
De ser arma e ser rainha
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Vou, irei, serei
Só não sei se amarei
Amarei em costa nova
Criada de minha Lei
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É esta a palavra
Escrita como é próprio e bom:
Sou ser serei
E serei em próprio tom!
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Outros, a entrada lhes é negada
Abram eles suas portas
Entre este zero e este nada
Vivo Eu com minhas Notas
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Pautado este papel
Ele é minha sinfonia
Sem maestro nem orquestra
Sem procurar sintonia
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Sou ser serei
Até um dia ser
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Escala aberta como todas
Nego a mim o equilíbrio
Alma minha não perdoas
Pois nada te é devido
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Não sou do nada partido
Sou inteiro e inda justo
Devo a mim o tempo ido
Não em preço mas em custo
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Serei eu de mim batido
Templo de minha fé una
Ninguém mais esta convidado
Homem Nau em própria Cuna
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Fim D'Hoje
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Vinte e um, antigamente seria hoje maior este blog ( tábém que é batota, há um post não numerado, tecnicamente são vinte e dois ) Não o sinto maior. Mas também não está mais pequeno. Outro dia passei-o para word, tem mais de quarenta páginas. De qualquer maneira, parabéns, blog. És agora um homenzinho.
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Adenda
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Se a tristeza fosse um doce, os diabéticos chorariam lágrimas de sal?

quarta-feira, abril 04, 2007

 

20º.

A cultura a escultura a forma que se conforma o comboio de palavra que se pluraliza e se pulveriza; a cor do pensamento, do lamento, do tormento. A pontuação. Não sei música analfabeto de notas e todas as notas que as acompanham, não sei nomear o som. Escrevo porém o que me ocorre e nada socorre nesta praia ávida este nadador com fome de ondas. Se um dia enrolado numa me faltar o fôlego estendo os braços e procuro areia já me aconteceu e não é muito bom. Mas procuro outra onda porque é na procura que se encontra a onda. E o sal.

Flutuar numa linha melódica é uma pesca à linha sem carreto cana ou linha, só o som e os séculos e as notas sem nome. A liberdade de não nomear acarreta a prisão de ser sujeito de nomeação? Ou ser, simplesmente ser, já é cargo, carreta, trabalho. Ou o prazer que nos é dado pela divindade pícara, cómica, que gosta da lágrima, do riso, da queda no fofo e da queda na lama e das nódoas multicolores com que nos tinge a negra vida?
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Olhai, senhores, o horizonte! Nele jaz, por quatro redondos dias, a minha vida no ócio. Como num rossio, praça placa circular onde tudo gira e tudo roda e onde conflui a confusão e que irradia progresso e movimento, quatro dias meus para ser eu e tudo o que eu queira. Liberdade condicional condicionada apenas pelas 9 h. de segunda-feira. Vade retro Pascoela. Entretanto a vida é bela.
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Canção do Bom
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Bom apanhar sol
Esplanar
Bom correr na chuva
Chapinhar
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Bom amar
Bom rir
Bom dia
Belo dia
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Bom falar do mundo
Conversar
Bom comer um doce
Petiscar
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Bom amar
Bom rir
Bom dia
Belo dia
.
Bom saber a noite
E o pirilampo
Bom saber o dia
E o acalanto
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Turva a água do rio
Com o teu mergulho
Não lamentes a limpidez
Que esvaneceste
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Bom amar
Bom rir
Bom dia
Belo dia
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Pinta a parede branca ( obrigado Gi )
Com tinta e alma
E depois calma
A vida é franca
..
E dá-te a faca
E faz-te a cama
E é a flama
E é a maca
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A ti só te cabe ser
O que tu quiseres
A ti cabe perder
..
O que encontrares
E basta quereres
Bem a quem amares
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Bom amar
Bom rir
Bom dia
Belo dia
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Interlúdio Romântico
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Vasta Família
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Cavalheiro, o senhor está? Não Senhor, Cavalheiro não sou, e não está: Depreende-se. Não entendi. Se não sou a entidade, não estou; nem sou. Não é portanto Cavalheiro? Não, esse saiu. Quando volta? Não volta: Depreende-se. E onde se encontra detido? Não se encontra, muito menos detido; provavelmente está retido. E retido, perdoe-me a insistência, aonde? Entre conceitos: Depreende-se.
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Cavalheiro, o senhor vai? Não Senhor, Cavalheiro não sou, e não vou: Estou. Não entendi. Se não sou a entidade, não vou; não vim, fui-me. Não é portanto Cavalheiro? Não, esse ainda não chegou. Pode-me dizer a hora da provável vinda? Sigai a estrela como todos, lá ireis dar à hora da conveniência. E qual o fuso? Olhai a roca, lá ireis dar. Agradecido. De nada.
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Cavalheiro, quem sois? Tudo o que fui mais o meu desejo, cumprindo as Leis e os Usos, vestindo o Pano da Ordem, aspirando Liberdade e Pão. Sois muito, não sereis demais? A lamina do carrasco é o limite da minha imprudência, o grito primeiro minha carta de intenções. Sou; e basto-me. Arrogância será Vosso nome de Família? Sim, e é vasta Família.; depreende-se.
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Tinta
..
Tenho na tinta do nome um mamífero e uma árvore
E vêm de diferentes sítios um do mar outro do rio
Meu avô era de Dornes quase uma ilha no Zêzere
Outro Avô era de areia da onda e de seus revezes
Sou assim composto de água mas do mar e mas do rio
Sou assim feito de terra e na areia do rio vou ao mar
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E arrepio
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Fim D'hoje
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Dia de cerrar fileiras, baixar cabeças e contar minutos. Dia de descer. Homem de duas pátrias e ainda mais mátrias, tenho no sangue a estória do País. De meu pai sou Pereira, Cabral e mais; de minha Mãe sou Coelho, e basta. Tratam-me por Conde, os amigos. Eu sei que nunca serei Dux. Mas mando em mim. E hoje mando: Vai.
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Adenda

A vontade é imperativa, a vontade é expectante ou as vontades são multidões esfaimadas de adjectivos?

Adenda 2 ( a Y )
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Frederico Garcia
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Minha casa têm
Como pedra d’armas
Ai dois corações azuis
São de vidro coloridos
Ai dois corações azuis

Meu rio corre
Sinuoso pelo vale
Ai azul como ele corre
É d’agua fria tremida
Ai azul como ele corre
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Na onda de um mar
Esquecido e por isso inútil
Pesco homérico os dias
Infindos e por isso mesmo
Pesco homérico os dias

En la cancion ocre de mi alma
Discorre la lengua castelhana
Que no hablo nin escribo
Por isso la crio
En funcion de la tristessa
De me ocultar mudo
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Adenda 3
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Foto by Maria

segunda-feira, abril 02, 2007

 
19º.
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O desejo antecede a procura, esta começa pelos olhos, estes dizem às mãos que promovam o toque, o nariz por vezes reage com violência, e depois a memória e o discurso tentam, no jogo dos quereres, convencer o outro que o desejo é de ambos. Mais ou menos. Já me aconteceu ser fuzilado e sucumbir, sem apelo nem nada; já fui o Panzer e o Stuka e não acertei nem nada. Já aconteceu com a naturalidade do sopro, a neutralidade do nada. Já me esqueci, ainda hoje lembro. Já foi um Katrina, já foi uma brisa, já não foi, já nem fui. Nem elas.
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São muitas, as minhas elas, embora a maior parte nem saiba. Não que haja uma lista, com pontos e gradações, nem um modesto livrinho de capa preta a anotar os progresso de uma D. Juanice que a mim passa ao lado. Mas marcam-me sempre, mais umas, menos outras, outras vezes vezes, outras dividem, algumas somam, raras subtraem. Tenho tido sorte com o meu azar. Ainda tenho paciência para o romance. Nunca tive é pachorra para a conquista.
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Cheirar, gostar e montar, dizia uma amiga, era assim, como os cãezinhos, mas nós quisemos inventar o amor, e não há amor sem discurso. A paixão, estruturada, só é já paixão de nome. Pelo menos na nossa cidade, no nosso meio, nas nossas ruas e nos nossos sítios. Amanhã esta muito presente no com quem irei dormir hoje. Pelo menos para mim que sou do século passado, católico e reprimido. Tenho para mim que sou uma santola, carapaça por fora e caca por dentro. A sopa de marisco da minha alma já passou do prazo, e está lá fora a espera do homem do lixo.
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Pegajoso
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Segunda-feira a arrastar-se lenta
Estou pegajoso e mole
A alma como que fermenta
E ainda por cima não há sol
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Resta-me o escrever no amargo
Gosto da boca solitária
O gosto solitário e turvo
Desta vida funcionária
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Deste modo funcionário de viver
Dizia o grande O'
Ò se ao menos eu pudesse ter
Menos gosto em continuar só
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Bélica belisca o adormecido acorda a pestanuda alma é tempo de aspirar ao novo fôlego. Já viste a minha vontade escudada nesta falta de à vontade, traz-me para o meio, para o teu meio, eu não vou sozinho. Saio sozinho sempre, é como eu faço, não tenhas pena, escala-me penha que eu sou plano apesar de rude. Quero, mas não tenho na língua a fome, é noutro lado, vira de lado e olha de frente, e se alguém comente que tu foste fácil, diz que quem o foi fui eu, e a culpa é minha. Sou uma parede daquelas rugosas, onde florescem as osgas e as plantas ingremes; dá. Eu não sei pedir.
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Tira
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Foge de mim que eu não tenho vontade de encontrar-te. Sem te ver, o cor-de-rosa do poente é só o cor-de-rosa do poente, e depois o sol põe-se e eu posso ir para casa sem caso, nem coisas, e acordar com a minha almofada agarrado como adormeci sem ti. Negar a inevitabilidade do adeus é mais difícil se não dissermos olá. Eu não sou o que tu queres, eu não sei o que tu queres, eu quero a minha almofada almofadada, redonda de curvas acessíveis. Tu és o rali de monte carlo no meio do frio da neve e do escorregar abismos. Eu sou a primeira estação da linha em que ninguém saí, e em que quase ninguém entra. Eu sou o extinto trem e a fogueira dos teus olhos não me derrete o gelo, porque estou longe e não sei o teu caminho.
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Interlúdio Trágico
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Déspota
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Déspota de mim caio em Bastilhas
O peito em estilhas a cabeça cortada
Às tiras
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Corre-me entre as orelhas
O som cozinhado das eras
E já não eras mesmo quando foste
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Sei de mim que a vontade de ir
É a de partir de mim
Abandonar-me de todo
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Sei que fugir é ilha
Porque já fugi em ilha
E encontrei-me de velho
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Não nunca fui novo
Todas as minhas descobertas
Nasceram dos meus olhos
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Não nunca quis nada
Que se adianta-se aos desejos
Que fosse prévio aos sonhos
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Alto coração pairas tão alto
Que mesmo sendo meu nada me dás
Desce volta atrás
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Quero o dia da mão vazia
Da nota solta
Da maré alta
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Fim D'Hoje
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Um dia, quando a soma dos anos me permitir uma visão mais clara, olharei para mim sem precisar de espelhos. Até lá, na inevitável sucessão dos dias, continuarei a olhar para a clareza dos outros. A vida é mesmo, mesmo bela, e nós somos umas esponjas tontas, que só precisamos de saber absorvê-la. E volta e meia espremer-mo-nos.
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Adenda
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Olhar nos olhos é impossível ao miúpe, pelo menos com exactidão; eu vou procurando fazer do fundo dos copos lentes, mas dá-me a impressão que não melhora muito. Mas há que ter esperança.
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Adenda 2
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Isto hoje não saiu lá muito bem mas, senhores, não percam a esperança, algum dia sairá. Até.

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