Outro Tempo

Porque às vezes mais não é suficiente

quinta-feira, outubro 18, 2007

 
d)

Enredado nas peias de um amor recente, sinto-me em falha para os mais antigos. Este de vir aqui escrever, por exemplo. Tornou-se um amor. No sentido de à camisola. Faz falta vesti-lo e usa-lo. Aqui e pelos outros cantos desta casa vasta. Assim, senhores, e pondo de novo a culpa na doçura e generosidade da Vida, vai de post.

Amor vaga onda maré
Coisa liquida e viva
Fluidez de seixo
Dureza fluida

Na tua falta
Que ultrapassa um mar
Faltam assim seis
Quase não dói

Um flash cinéfilo pasma-me, e vejo um Ivan Terrível como os anjos de Rilke. O peso da palavra ignorada, o imperioso trans-linguístico da Ordem! Sangue e neve. Sangue e arena. A Toirada como guerra branda? Goya para ti, se me leres. E se não também. Por quem os sinos dobram é por ti agora, e fazem-no com assiduidade. Nossa senhora do bronze doado. Nove mil almas cobertas. Um Cristo já extraído de cruz mas com a cruz como basilar. Viva a nova ideia de basílica. Fora o sacrifício.

Meio D’hoje

Inaugurando aqui esta, parece que é nova; grandes mudanças. Há dias que não escrevo, estou perro. Até as mãos não acertam com o rigor costumeiro na tecla familiar ( esta saiu bem ) . Escasseia-me o assunto, e sem ele não há assento. A falta de espaço repentina. Perdi o meu Tempo. Mas não por muito tempo. Sou um urban hicker. Tenho fôlego e as rampas não me assustam; os cães sim.

Ando feliz.

Na ventosa casa começo a tremer de frio; devia ir para o Sul, como um passarinho que conheço. As rotas traçadas no intangível, o mais velho dos triângulos: mar céu e esperança. Equilátero, bien sur. Ou não. Há uma saudade amarga no amar de novo? Ou o amargo é só a amor velho? E la nave vá, na onda do improvável sobre a quilha do possível, or something like that. Que navega, navega, e contrastada ao poente, com gaivota e tudo. E seus mil capitães e essas coisas todas.

Today’s The End

Num tropeçar, constrói-se. A surpresa, de que fujo habitualmente, surpreendeu-me. E foi bom. Obrigado, Vida. Não que eu não agradeça todos os dias, mas há dias mais pesadamente dias. No sentido de densidade cósmica: Shazan! Ou Kameamenu! Assim como transubstanciais, perdoem senhores a heresia. Perde a escrita. O imput é neste momento muito mais, e novamente, pesado. O que é positivo: Ando feliz.

Adenda Única

Por ordem, e pedantemente, espalhei nos textos supra numerosas referências, de modo a alimentar o mito da minha erudição. Referi personagens históricas, algumas da minha pessoal, e não troquei os nomes porque já não me lembro de nenhum. Bem hajam, e que as andas do sonho nunca lhes sejam curtas.

terça-feira, outubro 09, 2007

 



C)

A minha vida mudou no dia da república. Parece-me bem. Agora o mar ainda mais importa. Com a mais valia tremenda de haver pontes novas; ou túneis. Maneiras de chegar a. Tentar chegar a. Assim, como é óbvio, avio-me em terra, titulando as precedentes:

I – O andar de cima; ( os dois corações são dedicados à Adelaide );
II – O Tintin, o sabre e a necessidade do restauro;
III – Par de tempos e violetas;
IV – O andar de baixo ( porque não dedicado a mim? ).
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Adenda
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“Tu nunca conseguiste resistir a mulheres que amam as tílias” Maria A. P., verdadeiramente séc. XXI
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Adenda 2
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“E é assim que se põem homens na lua” colectiva, na orla da República ( ici lá Place ), sábado transacto, Aeminiun
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Adenda 3

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“Afinal o que importa não é a literatura” Cesariny, Mário
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Adenda 4
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"O FCP ganhou à AAC, e eu nem sequer suspirei", Dr. Tempo, num dia romântico de Outono

terça-feira, outubro 02, 2007

 
b)

Trinta e nove é o meu número de anos. Este seria o quadragésimo post deste blog. Ora, trata-se aqui de “Outro Tempo” como o próprio nome indica ( é checar, senhores, o cabeçalho ). Assim, não me apetecendo o cronológico, será servida a mistela com titulagem diversa, desta vez com alíneas. Começo, como me parece óbvio, pela alínea b). Se não parecer óbvio a mais ninguém, sou eu que estou mal. E assim terei espaço para melhorar, pelo menos aos olhos de alguém mais óbvio que eu. Eu não sou lá muito óbvio, excepto quando tento namorar. Aí, sou demasiado óbvio. Mas a perfeição é propriedade exclusiva da divindade, como é óbvio. A nós cabe melhorar.

De repente assalta-me um parêntesis. O outro dia estava a beber o meu jackzinho esperando a pandilha, e conheci o faísca e o dono. O dono era fã do esperanto e sofria da próstata. O cão, velho, ficou à minha guarda, um ror de vezes “é que ele vem sempre atrás de mim”. Enquanto o carregava de festas, solidamente agarrado a uma corrente ecléctica, composta de materiais de origem diversa, dos quais destaco, como é óbvio, uma corrente daquelas que antigamente serviam para tapar as banheiras, fiquei na ponte da ternura entre bicho e homem, entre xixis e fidelidades. Aquando uma das suas numerosas voltas, que faísca saudava sem qualquer efusão, fui acusado de ser um Cristo. Atribuí ao cabelo comprido, como é obvio. Espero que durem. Pelo menos, de aqui ficarem já não se livram.

Ponte de ternura é bonito.

Alinhavando

Estou quase a ficar sem Interlúdios Românticos; estou, também, sem pachorra de andar atrás dos que restam. Quando voltar, voltarão os primeiros. Assim, e tendo inaugurado as alíneas, e alinhavar entre alíneas ser também bonito, irei alinhavando umas coisas aqui pelo meio, para dar corpo à coisa. Como mandei a tv cabo à fava, a realidade, que para mim já era distante, afastou-se ainda mais. O meu dia a dia anda a ser partilhado com pouca coisa, e só leio um jornal por semana por economia de espírito, e volta e meia há coisas importantes que me escapam. Por exemplo, esqueci-me completamente do que queria aqui alinhavar.

Fim D’hoje

Enquanto a quantidade de mim diminui fruto de uma dieta alarve, começo a notar, numa progressão paralela, que a atenção que me prestam aumenta consideravelmente. Resta saber se é uma atenção que preste. Como devorador de beleza e gastador de espelhos, não sou ninguém para criticar. Mas no me mires assi, guapa, que me derrito.

Adenda

“O Pessoa era o Alves dos Reis da Literatura. Tinha várias identidades e usava nomes falsos” Henrique Medina, pintor de nus para a casa de jantar, séc. XX

Adenda 2

Reler, quando houver dinheiro, “O Banqueiro Anarquista”

Adenda 3

“Já não me magoas
Já só me torturas”

Anónimo, Sudoeste Asiático, anteontem

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