Dó
O Homem capaz de sonhar tem muito mais alcance que o homem capaz de lembrar. Porque o homem que lembra olha para trás, enquanto que o Homem que sonha olha para a frente. Esta é a tese.
A antitese seria a oposta. O Homem capaz de lembrar veria mais longe porque a nitidez da memória seria mais transparente que o olhar prospectivo ao futuro. Saber baseia-se em factos. Olhar o futuro em, realmente, sonhos; como tal imateriais .
O desempate ( aqui conclusão ) seria que estamos a medir metros em milhas, e chocaremos concerteza em Marte.
Objectivamente, olhar o futuro vai mais longe que olhar o passado. O nosso universo, que limita ferozmente todos os olhares, é jovem, e durará mais do dobro dos anos que conta. Assim, e forçosamente, donde vimos ( de quando? ) é mais curto do que o para onde vamos ( quanto duraremos? ).
Objectivamente, sabemos bem mais, apesar das ferozes limitações da História, do que passou por nós ( e se passou em nós ), do estranho que seremos ( estaremos? ) Amanhã.
O desempate lembra-me Wells, e o último pôr-do-sol do mundo, no tequenicolor que lhe deu Holliwood.
A mosca zumbe
A parede é branca
A tarde cai e o dia manca
Adenda
H. G. Wells, A Máquina do Tempo, 1895