Outro Tempo

Porque às vezes mais não é suficiente

quarta-feira, abril 04, 2007

 

20º.

A cultura a escultura a forma que se conforma o comboio de palavra que se pluraliza e se pulveriza; a cor do pensamento, do lamento, do tormento. A pontuação. Não sei música analfabeto de notas e todas as notas que as acompanham, não sei nomear o som. Escrevo porém o que me ocorre e nada socorre nesta praia ávida este nadador com fome de ondas. Se um dia enrolado numa me faltar o fôlego estendo os braços e procuro areia já me aconteceu e não é muito bom. Mas procuro outra onda porque é na procura que se encontra a onda. E o sal.

Flutuar numa linha melódica é uma pesca à linha sem carreto cana ou linha, só o som e os séculos e as notas sem nome. A liberdade de não nomear acarreta a prisão de ser sujeito de nomeação? Ou ser, simplesmente ser, já é cargo, carreta, trabalho. Ou o prazer que nos é dado pela divindade pícara, cómica, que gosta da lágrima, do riso, da queda no fofo e da queda na lama e das nódoas multicolores com que nos tinge a negra vida?
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Olhai, senhores, o horizonte! Nele jaz, por quatro redondos dias, a minha vida no ócio. Como num rossio, praça placa circular onde tudo gira e tudo roda e onde conflui a confusão e que irradia progresso e movimento, quatro dias meus para ser eu e tudo o que eu queira. Liberdade condicional condicionada apenas pelas 9 h. de segunda-feira. Vade retro Pascoela. Entretanto a vida é bela.
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Canção do Bom
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Bom apanhar sol
Esplanar
Bom correr na chuva
Chapinhar
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Bom amar
Bom rir
Bom dia
Belo dia
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Bom falar do mundo
Conversar
Bom comer um doce
Petiscar
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Bom amar
Bom rir
Bom dia
Belo dia
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Bom saber a noite
E o pirilampo
Bom saber o dia
E o acalanto
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Turva a água do rio
Com o teu mergulho
Não lamentes a limpidez
Que esvaneceste
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Bom amar
Bom rir
Bom dia
Belo dia
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Pinta a parede branca ( obrigado Gi )
Com tinta e alma
E depois calma
A vida é franca
..
E dá-te a faca
E faz-te a cama
E é a flama
E é a maca
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A ti só te cabe ser
O que tu quiseres
A ti cabe perder
..
O que encontrares
E basta quereres
Bem a quem amares
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Bom amar
Bom rir
Bom dia
Belo dia
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Interlúdio Romântico
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Vasta Família
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Cavalheiro, o senhor está? Não Senhor, Cavalheiro não sou, e não está: Depreende-se. Não entendi. Se não sou a entidade, não estou; nem sou. Não é portanto Cavalheiro? Não, esse saiu. Quando volta? Não volta: Depreende-se. E onde se encontra detido? Não se encontra, muito menos detido; provavelmente está retido. E retido, perdoe-me a insistência, aonde? Entre conceitos: Depreende-se.
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Cavalheiro, o senhor vai? Não Senhor, Cavalheiro não sou, e não vou: Estou. Não entendi. Se não sou a entidade, não vou; não vim, fui-me. Não é portanto Cavalheiro? Não, esse ainda não chegou. Pode-me dizer a hora da provável vinda? Sigai a estrela como todos, lá ireis dar à hora da conveniência. E qual o fuso? Olhai a roca, lá ireis dar. Agradecido. De nada.
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Cavalheiro, quem sois? Tudo o que fui mais o meu desejo, cumprindo as Leis e os Usos, vestindo o Pano da Ordem, aspirando Liberdade e Pão. Sois muito, não sereis demais? A lamina do carrasco é o limite da minha imprudência, o grito primeiro minha carta de intenções. Sou; e basto-me. Arrogância será Vosso nome de Família? Sim, e é vasta Família.; depreende-se.
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Tinta
..
Tenho na tinta do nome um mamífero e uma árvore
E vêm de diferentes sítios um do mar outro do rio
Meu avô era de Dornes quase uma ilha no Zêzere
Outro Avô era de areia da onda e de seus revezes
Sou assim composto de água mas do mar e mas do rio
Sou assim feito de terra e na areia do rio vou ao mar
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E arrepio
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Fim D'hoje
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Dia de cerrar fileiras, baixar cabeças e contar minutos. Dia de descer. Homem de duas pátrias e ainda mais mátrias, tenho no sangue a estória do País. De meu pai sou Pereira, Cabral e mais; de minha Mãe sou Coelho, e basta. Tratam-me por Conde, os amigos. Eu sei que nunca serei Dux. Mas mando em mim. E hoje mando: Vai.
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Adenda

A vontade é imperativa, a vontade é expectante ou as vontades são multidões esfaimadas de adjectivos?

Adenda 2 ( a Y )
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Frederico Garcia
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Minha casa têm
Como pedra d’armas
Ai dois corações azuis
São de vidro coloridos
Ai dois corações azuis

Meu rio corre
Sinuoso pelo vale
Ai azul como ele corre
É d’agua fria tremida
Ai azul como ele corre
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Na onda de um mar
Esquecido e por isso inútil
Pesco homérico os dias
Infindos e por isso mesmo
Pesco homérico os dias

En la cancion ocre de mi alma
Discorre la lengua castelhana
Que no hablo nin escribo
Por isso la crio
En funcion de la tristessa
De me ocultar mudo
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Adenda 3
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Foto by Maria

Comments:
Caríssimo Paulo vulgo Conde :)
Se eu crio um caleidoscópio de imagens deixe-me que lhe diga que este carrossel de palavras me deixa completamente atordoada. Creio já ter esgotado as moedas pela quantidade de vezes que já o li. Hoje não estou a funcionar muito bem :) mas queria arranjar (uma necessidade premente como outra qualquer) um fio condutor. Encontrei-o (ufa) estava a ver que não conseguia. Preciso perceber o conjunto (comboio) por mais que me agrade o individual (carruagem), gostei desta viagem :)

Resto de uma boa noite, com paredes brancas preenchidas de azul do rio. Afinal todos eles vão dar ao mar...
 
Canção do excelente!!!!!!!!!!



_____________


escultórica razão lírica....que pensa...


que anota.



que nomeia.



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boa Páscoa. Paulo.
 
nunca esquecida. de te reler.




beijo.
 
.....e ....









bom jantar.....



:)))))))))


beijo.
 
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